quarta-feira, 9 de julho de 2014

Escora ou estaca? Tanto faz

Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)

"@gpoli: O Brasil seria um lugar mais legal se 1/10 da indignação por um lance de futebol fosse guardada para os derrubadores de viaduto."

O enredo natural: energia concentrada para tratar de prazo de obra, a mercê, muitas vezes, mais de critérios políticos do que técnicos e de preço com o TCU, obra é mais um detalhe.

Sim, mais um detalhe! Do contrário, o viaduto não ruiria provocando mais uma tragédia nacional, envolvendo obras pública. Todavia, não nos preocupemos tanto em melhorar nossos projetos ou procedimentos de obra, afinal, o que aspira o jornalista Gustavo Poli é bem utópico por aqui.

Sintomático que seja obra relacionada às linhas exclusivas para ônibus rápido, solução incompleta de mobilidade urbana, que, quando não é concluída no prazo, é concluída de forma inadequada.

A propósito, jornais importantes do país continuam cobrindo mal os eventos de engenharia. No caso do viaduto, um deles trocou "escoras" por "encostas". Teria sido esta uma das causas?

Sustentabilidade: Agora que o viaduto será demolido, vão aproveitar o entulho na sua reconstrução. Assim, teremos uma "obra sustentável".

A boa notícia é que a prefeitura divulgou nota em que deixa claro entender que deve dividir a responsabilidade pela tragédia juntamente com a construtora e a equipe de fiscalização. Correto! Cabe à fiscalização, que recebe salário pelo trabalho, manter-se atenta à qualidade da obra. Notadamente, estas que têm forte viés político e, muitas vezes, sofrem com interrupções prolongadas, seguidas de correria desmesurada para cumprimento de prazo.

Por fim, a queda deste viaduto me lembrou o ocorrido, a cerca de três anos atrás, aqui em Brasília, quando (por coincidência macabra) um fiscal de obras da administração pública foi atingido por um pedaço de concreto, que se desprendeu de um viaduto em reforma (ou em deterioração, não me recordo bem), no exato momento em que passava como passageiro de um veículo por debaixo da obra e vindo a falecer.

Na dúvida, ao passar por baixo de um viaduto, acelere!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário.