sexta-feira, 13 de julho de 2012

Mercado (ainda mais) atraente


Da Redação - Correio Braziliense


14/11/2011 11:25

Bruno Peres/CB/D.A Press
Versátil: Adelcke tem uma empresa de consultoria hoje, mas já fez de tudo um pouco em seus 39 anos de profissão
A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 são sinônimos de novos empregos para os anfitriões brasileiros. Haverá demanda por trabalhadores de áreas como hotelaria, transporte, atendimento e tradução de idiomas, que já estão em fase de capacitação e aperfeiçoamento para atuar durante os eventos. Outras profissões, contudo, já colocaram a mão na massa. É o caso do engenheiro civil, responsável por projetar, gerenciar e executar obras como estádios, ginásios, estradas, aeroportos e edifícios, além de barragens, canais e portos. Para garantir a estrutura do país que receberá as duas principais competições esportivas mundiais, o trabalho desse profissional já começou. E as oportunidades só tendem a aumentar, especialmente nas cidades sede.

O paulista Adelcke Rossetto, 62 anos, conhece bem a profissão: é engenheiro civil há 39 anos. Graduou-se na Universidade de Brasília (UnB), trabalhou em prefeituras, já foi empregado nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul e, há 11 anos, tem uma empresa de consultoria na capital federal. Ele conta a importância de conhecer diferentes etapas do trabalho e explica o porquê de ir a campo. “Existem três tipos de atuação: projeção, gerência e execução. Já passei pelas três: elaborei estudos para concretizar projetos; já gerenciei, acompanhando, fiscalizando e licitando projetos e obras; e também já executei obras”, relata. “Hoje, fico mais no escritório, mas recomendo todos a irem a campo, fazer de tudo, para ter uma visão global do processo”, diz.

Segundo Adelcke, as chances de emprego para engenheiros em Brasília são boas tanto no serviço público quanto na iniciativa privada. “Órgãos como a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federal) e a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) sempre precisam da gente. No setor privado, a construção se destaca, especialmente o ramo imobiliário”, afirma.

O engenheiro civil nascido e formado na capital federal Francisco Alves, 43 anos, atua no ramo de fiscalização de obras e define a Copa do Mundo de futebol como atraente para os colegas de profissão. “O leque de áreas de atuação é extenso (veja quadro). São muitas chances na construção civil, com o surgimento do Estádio Nacional de Brasília, a ampliação do aeroporto e a realização de outras obras pelo governo. Hoje, estudar engenharia civil é uma boa”, observa o servidor da Companhia Energética de Brasília (CEB).

O Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) tem uma das oito faculdades de engenharia civil do DF reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo o coordenador do curso, Feruccio Bilich, as fartas oportunidades estão atraindo alunos e até profissionais de outros campos de atuação para a área. “Temos vários estudantes na segunda graduação e transferidos de outros cursos. Há aluno que trabalhava com marketing e viu mais perspectivas na engenharia civil”, resume. Na universidade, o aluno fica em média cinco anos — os dois primeiros apresentam disciplinas básicas, como física, química e matemática, enquanto os outros três têm matérias de preparação para o mercado de trabalho, como geotecnia, hidráulica, hidrologia e transportes.

Onde estudar
Além da graduação da UDF, as faculdades de engenharia civil reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) estão no Centro Universitário de Brasília (UniCeub), no Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (Uniplan), no Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), no Instituto de Ensino Superior Planalto (Iesplan), na Universidade Católica de Brasília (UCB), na Universidade de Brasília (UnB) e na Universidade Paulista (Unip).

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Disparidades regionais na formação de doutores em Engenharia no Brasil


A região Sudeste destaca-se como a maior formadora de doutores em engenharia do país, com mais de 60% dos titulados de todo território brasileiro.

O número de doutores titulados nas áreas de engenharia cresce no Brasil no período que vai entre os anos 2000 e 2010. No primeiro ano da série, o país formou 5.318 doutores em alguma engenharia, ao passo que no último ano o número mais que dobra, passando para 11.314.
Se por um lado o número de doutores aumenta em todas as regiões do país, por outro notamos uma dinâmica bastante desigual no crescimento de pessoas tituladas. As disparidades no crescimento do número de titulados parece seguir uma lógica semelhante à lógica econômica em termos de participação regional no Produto Interno Bruto do país. No gráfico que segue, vemos a curva de crescimento dos doutorados em engenharia por região:
Número de doutores titulados nas áreas de engenharia por região
Fonte: GeoCapes, CAPES, 2000-2010. Elaboração: Observatório da Inovação e Competitividade.
Ao fazermos o ranking regional, a região Sudeste destaca-se como a maior formadora de doutores em engenharia do país, com mais de 60% dos titulados de todo território brasileiro. Seguindo o Sudeste vem a região Sul, seguida respectivamente pelo Nordeste, pelo Centro-Oeste e pelo Norte. Se olharmos para dentro das regiões, notaremos que as disparidades, além de inter-regionais, também são internas a cada uma delas. Quer dizer que os estados também possuem fortes disparidades em termos de formação de doutores nas áreas de engenharia. Mostramos no gráfico abaixo a curva de crescimento dos dois principais estados de cada região em termos de seu papel na formação de doutores em engenharia, comparado com o número total de titulados no Brasil:
Número de doutores titulados nas áreas de engenharia (dois Estados que mais titulam doutores por região)
Número de doutores titulados nas áreas de engenharia (dois Estados que mais titulam doutores por região)
Fonte: GeoCapes, CAPES, 2000-2010. Elaboração: Observatório da Inovação e Competitividade.
O estado de São Paulo, na região sudeste, é o líder em termos de número de doutores titulados por ano, sendo durante toda a série responsável pela formação de mais de 50% dos engenheiros doutores do país. O Rio de Janeiro, também no sudeste, é o segundo estado mais formando doutores em engenharia durante todo o período. Em seguida vem o Rio Grande do Sul, seguido pelos outros estados da federação, todos com menos de 1000 doutores formados durante todos os anos, incluindo o ano de 2010 [1].
Em termos mais gerais, o número de doutores em engenharia no país tem crescido, mais que dobrando em uma década. No entanto, pelos dados disponíveis, tanto no nível regional quanto no nível estadual, mostra imensa disparidade no número de engenheiros doutorados. Isso sugere que políticas devem ser desenvolvidas na busca de diminuir as diferenças regionais em termos de pós-graduação em engenharia no Brasil.
[1] Minas Gerais formou mais que 1000 doutores nas áreas da engenharia no ano de 2010. Porém, arbitrariamente, selecionamos aqui os dois estados de cada região que mais formam doutores nas áreas da engenharia, buscando mostrar as disparidades regionais no assunto tratado. Por estar atrás do Rio de Janeiro e de São Paulo na região Sudeste, Minas gerais não entrou em nossa amostra, apesar de ser um dos estados líderes em número de engenheiros doutorados.
Fonte: Engenharia Data
Publicado em: 02/07/12