O levantamento servirá para traçar políticas públicas e promover ações concretas de capacitação e reinserção dos profissionais não atuantes no mercado tecnológico. “Queremos descobrir quem está fora do mercado e quer voltar. Por isso, junto com a convocação para a participação dos profissionais, há no site do sistema Confea/CREA um link para a inclusão de currículos. O censo também terá esse viés: de realocar os profissionais onde eles estiverem faltando. Na verdade a gente quer conhecer o universo como um todo, ou seja, não inclui apenas engenheiros, mas arquitetos, agrônomos, técnicos e tecnólogos”, explica Neuza Maria Trauzzola , superintendente de planejamento, programas e projetos do Confea.
A ideia do censo surgiu quando se especulou importar engenheiros para o Brasil, a fim de suprir a demanda. O Confea/CREA, a fim de proteger o mercado para os profissionais brasileiros propôs o censo, que teve o apoio do MDIC e foi elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). “O interesse do censo não é somente para nós, do sistema CONFEA/CREA, mas para o desenvolvimento de políticas públicas junto ao MDIC e junto ao MEC também, para definir se hoje há cursos tecnológicos suficientes para atender o mercado”, diz Neuza Trauzzola.
O acesso ao questionário do censo está disponível nos sites do Confea/CREA (http://www.confea.org.br/) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (http://www.mdic.gov.br/). O Conselho Federal de Engenharia tem cadastrado quase um milhão de engenheiros, arquitetos, agrônomos, técnicos e tecnólogos, mas estima que o número esteja subestimado. “Em décadas passadas, sabemos que muitos profissionais, quando se formaram, ficaram sem exercer a profissão. Agora, com o aquecimento da economia, entendemos que muitos destes profissionais estariam dispostos a retornar ao mercado e realizar cursos de atualização. São estes profissionais desconhecidos que queremos encontrar”, afirma a superintendente de planejamento, programas e projetos do Confea/CREA.
Neuza Trauzzola admite que o censo terá um foco especial sobre a engenharia civil.”É evidente que a gente sempre olha mais a engenharia civil, por causa da parte de infraestrutura, como portos, aeroportos e rodovias, além da área habitacional, mas a demanda do país hoje é por todas as especialidades da engenharia . Na áreas técnicas, o aquecimento é geral”, finaliza.
Entrevistada
Neuza Maria Trauzzola, superintendente de planejamento, programas e projetos do Confea/CREA
Currículo
- Neuza Maria Trauzolla é graduada em engenharia civil pela Escola de Engenharia Mauá (1982) e em direito pela Uniceub (2010)
- Tem pós-graduação e especialização em engenharia de materiais pela Universidade Mackenzie (1997), além de especialização em comunicação publica pelo IESB (2008)
- Possui mestrado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Mackenzie (2008)
- Atuou na CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) na elaboração do Qualihab – o programa de qualidade da cadeia da construção habitacional paulista
- Foi vice-presidente do Instituto de Engenharia, em São Paulo
- Foi gerente de infraestrutura, superintendente de comunicação e marketing e gerente de relações Institucionais do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea)
- Foi presidente da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização, assessora da Diretoria do Metrô de São Paulo)
- Atualmente ocupa o cargo de superintendente de planejamento, programas e projetos do Confea/CREA
Contato: super.pp@confea.org.br
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